sábado, 15 de outubro de 2011

O que se passa em Franca

Ontem Franca sofreu a segunda derrota na primeira rodada dos playoffs contra o São José. Ok, também concordo que perder para o São José fora de casa é perfeitamente natural, mas se considerarmos que a derrota anterior foi uma surra, que o time não vem mostrando nenhuma evolução no campeonato, e parecem que não terão forças para reverter o resultado jogando em Franca.

Diante disto, presumi-se que tem algo de errado em Franca. Recentemente comentei rapidamente a questão das contratações da equipe de Franca para a sequencia da temporada. O time do interior paulista é tido como o mais tradicional em atividade no basquete nacional. E portanto, tem sofrido enorme pressão por ter visto Brasília e Flamengo polarizarem o cenário nacional.

Na ultima temporada, a equipe francana já retomou o seu lugar, ao chegar a final do NBB, com um projeto ousado, no qual montou uma grande equipe, atraindo vários jogadores importantes, com a chance de juntos chegarem ao título, que separados seria improvável. Deste modo Hélio Rubens tinha nas mãos o seguinte grupo: Hélinho e Fernando Penna (armadores), Vitor Benite e Dedé (ala armadores), Márcio Dorneles e Rogério (alas), Spiilers e Drudi (alas pivôs), Lewis e Ricardo Probst (pivôs), além dos jovens Taddei e Lucas.

Deste modo, Franca tinha uma rotação sem igual no pais, onde os 10 jogadores mais utilizados tinham praticamente o mesmo nível. No entanto, o relacionamento no vestiário também acabou sendo turbulento, outros jogadores que fizeram parte do elenco no início do ano acabaram sendo dispensados por problemas de relacionamento com Hélio Rubéns, e no fim da temporada com o vice campeonato, vários jogadores buscaram outros tímes com desculpas meio esfarrapadas sobre a saída. Nessa barca foram embora, Vitor Benite, Dedé, Rogério, Spillers e Lewis. Ou seja meio time se foi.

Este ano Franca buscou manter a mesma estratégia do ano passado, mas começar do 0 não é fácil. A equipe apostou suas fichas no americano Brian Woodward, para ser o principal pontuador do perimetro (função anteriormente exercida por Benite), Bábby, que veio pra suprir uma carência que existe desde os tempos de que Vargas dominava o garrafão francano, Wanderson, que tinha papel importante em São José vei suprir as bolas de fora do Rogério que foi pra Limeira. Contudo, o americano acabou dispensado pro problemas médicos que atrapalham o seu jogo, Wanderson ainda não se sente confortável em franca e Bábby, por melhor que seja, não é nenhum Shaquille O'Neal para levar o time nas costas. Por tal motivo Hélio Rubens voltou as compras, e conseguiu bons nomes. Kevin Sowell, tem tudo pra ser o principal pontuador da equipe, versátil e experiente, o americano tem uma versatilidade muito grande, com infiltrações chutes de fora, dribles, chutes em movimento bandejas saindo da marcação, tudo que o manual do SG pede. Contudo a chegada de Jermaine Johnson pode representar uma solução, mas também um problema. Afinal, que espécie de elenco se monta com 6 jogadores para jogar nas posições de pivô e ala pivô?

Hoje o elenco francano temos: William Drudi, Rafael Bábby, Jermaine Johnson, Wanderson, Ricardo Probst, Lucas, sendo que apenas o último não tem condições de requerer muitos minutos em quadra, ai eu pergunto: O que Hélio Rubens fará? Se com duas peças por posição ele já não conseguiu administrar o elenco, como vai fazer com 5 jogadores de alto nível, experientes para apenas 2 posições?

Isto posto, chego a conclusão, que Franca tem pecado pela dificuldade em manter um trabalho linear, toda temporada desmonta um time e monta um novo, e muitas das vezes falha no planejamento e desiste do mesmo no meio do projeto, como foi na temporada passada e esta caminhando pra ser nesta temporada.

Já passou da hora de definir uma filosofia de trabalho e e segui-la de modo linear, escolhendo bem as contratações e assumindo o risco que elas tem.

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