sábado, 10 de setembro de 2011

Parabens Brasil!!!

O que dizer de uma vitória como essa? O time jogou muito bem. Ostentamos uma defesa muito boa, apesar da pouca ajuda quando Hoford e Martinez partiam pra dentro, até por isso Splinter, Hettsheimeir e Giovanonni ficaram pendurados muito rapidamente na partida, e pelo mesmo motivo Marquinhos também acabou ficando pendurado no fim.

Mas dessa vez, mais do que nossa elogiada defesa o que chamou a atenção foi o ataque, apesar de algumas decisões equivocadas de Huertas durante a partida, nós deixamos a defesa dominicana tonta com uma boa troca de passes e uma variação de bolas no garrafão e bolas de 3.

Os mais atentos dirão: Mas Diogo você não diz que temos que concentrar o nosso jogo nas bolas de 2 e explorar cada vez mais Splinter e agora Hettsheimeir? Eu direi: é verdade. Mas nenhuma verdade é absoluta, cada jogo é um jogo, e seria pouco inteligente da nossa parte tentar bater de frente com Martinez, Hoford e Villanueva. Sobretudo com Splinter sendo menos efetivo do que o esperado. Sendo assim, nos resta as bolas longa, que por sinal nos foi oferecida pela defesa dominicana, toda vez que o Brasil tocou a bola chutou livre, sendo assim dos 25 chutes que o brasil fez, acho que não foram forçados mais do que 4 chutes, se bem me lembro apenas duas bolas de Huertas, uma do Alex e uma do Marcelinho.

Por falar em Marcelinho, este pôs o jogo no bolso, nos primeiros quartos, enquanto Huertas tomava algumas decisões equivocadas, e o time oscilava na partida, abrindo e deixando escapar vantagem. Marcelinho Machado, colocou o jogo no bolso. Vale apena lembrar que desde antes do pré-olímpico se discutia sobre a má fase do Marcelinho e o quanto era importante ele reencontrar o jogo que mostrou no mundial, onde muitos contestaram a sua ausência em momentos decisivos dos jogos. Mas chegou a Copa América e o Marcelinho manteve a má fase que já o acompanhava desde a segunda fase do NBB3.

Contudo, nas duas ultimas partidas ele deu sinal de melhora, mas ainda não era nem sombra do jogador de um ano atrás. Mas os Deuses do basquete, que tantas vezes nos castigara, haviam reservado o melhor para o final, e reservaram o melhor para o Marcelinho. Marcelinho foi cirúrgico, meteu bola de dois, bola de 3 todas pareciam punhaladas nas costas dos dominicanos. No fim terminou como deveria com a bola nas mãos dele (por puro mérito ao catar o rebote), onde sofreu a falta e matou o lance livre que após 5 tentativas o levou aos jogos olímpicos.

Raio-X:

Marcelinho Huertas – Foi um verdadeiro líder, guiou o time moral e tecnicamente foi um porto seguro para os momentos difíceis, e correspondeu as expectativas que lhe foram depositadas. Muito obrigado por tudo.

Rafa Luz e Nezinho – O primeiro, encaixou como uma luva na rotação, é o reserva que Magnano pediu a Deus; já o segundo, ao contrário de outros tempos foi mais um agregador dentro do grupo, sempre sendo o primeiro a vibrar a cada acerto dos companheiros em quadra.

Alex – O bravo de sempre, o líder de uma defesa que caminha pra ser uma das melhores do mundo, como sempre jogou o seu melhor basquete durante grande parte da competição, e é um dos maiores merecedores desta vaga.

Vitor Benite – Muitos se surpreenderam com sua manutenção no grupo final, mas o que acabou realmente surpreendendo foi seu crescimento durante a competição, acabou sendo um dos nossos melhores defensores e chutadores da linha dos 3.

Marquinhos – Demorou, mas engrenou na reta final da competição, nas ultimas 3 partidas foi atuante e cirúrgico, tanto nas bolas de fora, quanto no jogo 1x1. Não se compara com o jogador de outros tempos que jogava pra si próprio ignorando o sistema de jogo da equipe.

Marcelinho - Este demorou ainda mais, mas acabou sendo o mais decisivos, em diversos momentos falei que sem ele e Marquinhos era impossível, e graças a Deus ambos chegaram quando mais precisávamos e o Marcelinho acabou tendo a merecida redenção.

Guilherme Giovannoni – Formiguinha, quando menos esperávamos, lá estava ele catando mais um rebote, metendo mais uma bola de fora, fazendo seu trabalho e também foi um dos que mais lutaram todos esses anos para chegarmos hoje à Londres.

Augusto Lima – Moleque promissor, entrou numa furada, na vaga do lesionado Varejão e mostrou que a geração 2016 vai dar muito o que falar. Sempre que entrou foi consistente, fez o trabalho sujo e mostrou que tem recursos.

Tiago Splitter – É até difícil comentar, mesmo machucado fez o impossível pra jogar este pré-olímpico, e começou sendo o esteio da equipe, no final passou a sofrer demais com a marcação adversária, mas ainda conseguiu se manter suficientemente bem pra carregar o garrafão do Brasil.

Rafael Hettsheimer e Caio Torres – O primeiro foi sem dúvida a grande revelação do torneio. Para a maioria foi uma grande surpresa, e até mesmo para os que acompanham mais de perto a liga espanhola, Hettsheimeir conseguiu fazer mais que o esperado, mostrando nos jogos mais importantes toda qualidade do seu basquete; Caio também foi uma grata surpresa, muitos já tinham ele como uma promessa frustrada do basquete brasileiro. Mas ele se mostrou muito consistente e não sentiu a pressão de jogar grandes jogos contra grandes jogadores como nesta semifinal quando entrou na furada (com todos os outros pivôs pendurados), e jogou muito bem.

Por fim Parabéns Magnano, que mesmo no Caos que é a CBB, conseguiu realizar uma excelente preparação, conseguiu “recrutar” jovens valores que andavam afastados do Brasil, conseguiu integrar os medalhões que em diversos momentos se desentenderam, e sobretudo conseguiu incutir nesse grupo de jogadores uma mentalidade de basquete que quase todos acreditávamos que seira impossível.

Aos matemáticos segue o Boxscore.

Um comentário:

  1. O principal mérito da equipe, como deu para perceber inclusive por conta dos elogios dirigidos a vários jogadores, foi aprender a jogar coletivamente. Melhoramos a defesa e paramos de ter "cestinhas heroicos". Nada contra Oscar, sou fã do cara. Só que estamos numa geração menos talentosa do que aquela. Marcelinho não é Oscar. Então precisávamos muito desse jogo coletivo. O Magnano conseguiu e os atletas entenderam o espírito. Chegamos lá! Parabéns, Brasil!

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